sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Missa em Desagravo à Destruição de Imagens em São Cristóvão

No dia 21 de agosto de 2010, quando o povo sancristovense ainda comemorava a obtenção do título de Patrimônio Mundial para a Praça São Francisco, nossa antiga capital teve um triste despertar. O monumento do Cristo Redentor fora cruelmente depredado na noite anterior, num ato de vandalismo marcado por grande violência e poder de destruição.

Apontado por historiadores como o mais antigo Cristo Redentor do Brasil, o exemplar sancristovense foi fundado em 12 de outubro de 1926. Neste mesmo ano, a gruta maior do monumento (localizada em sua base) passou a abrigar uma bela imagem da Nossa Senhora da Piedade, que sofreu a violência deste ato bárbaro.

Consternada com a crueldade do ato e visando responder à tamanha agressão ao patrimônio histórico sergipano e à fé do povo católico, a Paróquia Nossa Senhora da Vitória (São Cristóvão) organiza missa em desagravo ao vandalismo praticado contra as imagens do Cristo Redentor de São Cristóvão. A celebração ocorrerá nesta sexta-feira, no Cristo Redentor, às 16h.

O Pe. Bernardino, Pároco de São Cristóvão, ressalta a importância desta celebração: “Será um evento católico especial, a chamada ‘missa penitencial’, que realizamos quando temos a intenção de reparar uma ofensa cometida a um espaço sagrado”. Já o Subsecretário de Estado do Patrimônio Histórico e Cultural, o Professor Luiz Alberto dos Santos, defende que “a educação patrimonial tem como um de seus pilares o respeito à diversidade cultural. Neste sentido, nos solidarizamos à Paróquia Nossa Senhora da Vitória neste ato contra um dos mais belos e significativos monumentos históricos de Sergipe.”

Convocamos toda sociedade sergipana a integrar-se nesta luta em defesa do patrimônio cultural do nosso povo, da diversidade cultural brasileira... e da paz.

Maíra Ielena Cerqueira Nascimento
Coordenadora do Escritório de São Cristóvão
SUBPAC/SECC

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

UMA PRAÇA E UMA VITÓRIA

Pablo Renan Silva Campos (Graduando em História pela Universidade Federal de Sergipe. Projeto “A Praça São Francisco é do Povo” (DHI-UFS)
É momento de festejar. Toda a sergipanidade está satisfeita com a conquista obtida no último domingo dia 1 de agosto de 2010. A Praça São Francisco (e seu entorno: Igreja e Convento Franciscano, a Capela da Ordem Terceira - hoje Museu de Arte Sacra, a Antiga Casa de Misericórdia com sua Igreja, o Palácio Provincial e o Casario Antigo), recebeu através da UNESCO (Organizações das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Comunicação), na 34ª sessão do comitê do Patrimônio da Humanidade, a chancela de Patrimônio da Humanidade, depois de superar alguns estorvos durante a campanha. O feito foi alcançado em meio a 39 monumentos que pleiteava o título. Foi a única representante brasileira nessa edição. Esse bem cultural está situado na cidade histórica de São Cristóvão, considerada a quarta mais antiga do país e já reconhecida em outras oportunidades pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como Patrimônio Cultural estadual e nacional. Foi sem sombra de dúvida uma merecida vitória para São Cristóvão e para os sergipanos em geral, haja vista ser a segunda tentativa de tal candidatura, além do incontestável valor histórico, artístico e cultural. É uma fiel representante do período colonial brasileiro, guardando em seu espaço geográfico bens materiais e imateriais herdados desta época, e, sobretudo, serviu num passado remoto como cenário de diversas celebrações populares, como folguedos, taieira, danças com estilo afro e fervorosas festas religiosas. Em suma, a “Praça São Francisco” foi ao longo da história palco de diversas manifestações culturais, passando pelo contexto do período colonial, pelo festival de artes, onde se apresentavam vários cursos, exposições, espetáculos, seminários, manifestações folclóricas, cinema, teatro, dança, artes plásticas, literatura e artesanato, até os dias atuais é o ponto de encontros nos eventos religiosos da cidade, além de representar e/ou simbolizar o centro cultural de São Cristóvão. Já incluindo a praça como um dos novos monumentos catalogados pelo Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pensemos agora em alguns benefícios que a posteriori vão ser proporcionados: criação de empregos diretos e indiretamente, pois, serão ofertados cursos técnicos de capacitação profissional, visando qualificar a mão-de-obra para trabalhar em setores como hotéis, pousadas, bares, restaurantes, drogarias, etc. Sobre o aumento do fluxo turístico, possibilitará o crescimento da renda municipal, através do aquecimento da economia motivada pelo comércio em geral, inclusive de artesanato e comidas típicas, e claro, haverá de forma mútua a fomentação e o avivamento da cultura local, possibilitando a preservação de um pedaço da história viva do nosso Brasil. Portanto, é a partir dessa conquista que nós sergipanos devemos assumir coletivamente nossas memórias, valorizando e salvaguardando nossas raízes e nossa cultura. Conhecer e educar são as palavras-chaves nesse processo, e é nesse âmbito que o título alcançado torna-se fundamental para a aquisição dessa nova mentalidade. (Coordenado pelo Prof. Msc. Claudefranklin Monteiro Santos (DHI) no ano de 2009).

domingo, 1 de agosto de 2010

PRAÇA DE SERGIPE É ELEITA PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE PELA UNESCO


Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE), tem mais de 400 anos.Comitê da entidade da ONU realiza reunião em Brasília (DF).


A praça São Francisco, localizada na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, foi eleita patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão, anunciada neste domingo (1) foi tomada em reunião do comitê de patrimônio mundial da humanidade da Unesco, que acontece em Brasília (DF) desde o dia 26 de julho.

A candidatura da praça para o posto foi aceita pela entidade em março de 2007. Desde então, foram analisadas as potencialidades do local e suas condições para figurar entre os patrimônios da humanidade.
A praça foi construída há mais de quatrocentos anos no município de São Cristóvão, que foi a primeira capital do estado de Sergipe. O local apresenta influências portuguesas e espanholas. Prédios como o palácio do período colonial e o convento de São Francisco continuam com praticamente a mesma feição de quando foram construídos. O local é palco de manifestações folclóricas e artísticas na cidade.
Segundo o Ministério da Cultura, a praça São Francisco é a 18ª localidade brasileira a figurar entre os patrimônios mundiais da Unesco.


PRAÇA DE SERGIPE VIRA PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

LARISSA GUIMARÃES
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
A praça de São Francisco, na pequena cidade de São Cristóvão (SE), é o mais novo bem do patrimônio mundial. A 23 km de Aracaju, a praça é a única expressão no Brasil do traçado urbanístico de origem espanhola.
O novo bem do patrimônio cultural também representa um momento específico da história brasileira. Foi construído no período conhecido como União Ibérica, quando Portugal e Espanha estiveram unidos sob uma mesma coroa, entre os anos de 1580 e 1640.
A inclusão da praça de São Francisco foi confirmada neste domingo, último dia da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que neste ano ocorreu em Brasília.
Com a praça sergipana, o Brasil chega ao patamar de 18 bens na lista do patrimônio mundial. A penúltima conquista havia sido em 2001, quando o centro histórico de Goiás (GO) obteve esse status.
A praça de São Cristovão já havia sido indicada como bem cultural há três anos, mas em 2008 o órgão consultivo da Unesco (braço da ONU para educação e cultura) pediu informações mais precisas sobre o valor histórico da praça.
Além do Brasil, outros nove países também conseguiram incluir novos locais na lista de patrimônio. São eles: Arábia Saudita, Austrália, Índia, Irã, Ilhas Marshall, Coreia, Sri Lanka, Estados Unidos e Tanzânia.