sexta-feira, 6 de maio de 2011

PRESERVAR PARA SER ETERNO

Quem de nós nunca preservou, mesmo que inconscientemente, algum bem de família? Quem nunca guardou com carinho algum objeto ou costume que lembre algum ente querido?

Toda vez que ouço música de Zezé di Camargo e Luciano, lembro-me inevitavelmente do meu amável pai. É como se naquele exato momento a presença do meu pai fosse mais nítida, mais forte.

A mesma sensação eu tenho acerca do Patrimônio Cultural. Enche-me o coração quando escuto Arreio de Ouro, Luiz Gonzaga ou até mesmo uma banda de pífanos. Porque tenho a certeza de que essa cultura feita a partir da minha realidade, pertence-me. Essa cultura identifica-me dizendo o valor inerente a sociedade da qual faço parte. Tendo um imenso carinho por tal cultura, tenho o natural desejo de preservá-la. Quero que a minha cultura seja Eterna! O Patrimônio Material é de mais fácil preservação, sendo muito almejada a sua eternização por parte do governo, das empresas e o mais importante, da comunidade. Mas o Patrimônio Imaterial, que é um bem mais frágil e que é essencialmente a “alma” do povo, que, por exemplo: temos o aboio e o repente do Vaqueiro. O Patrimônio Cultural Imaterial deveria ser preservado por meio também do tombamento. É mais frágil por ter um caráter hereditário ou, quase hereditário e, sendo assim, está sujeito a mutações com o passar dos anos.

Preservar não é somente guardar, chego a conclusão que está ligado à prática de perpetuar os costumes, a música local, o sotaque, as visitas aos bens de importância. Enfim, perpetuarmos tudo aquilo que nos ajuda a detonarmos a memória e finalmente sermos eternos. Juntando-se aos ancestrais.

Artigo produzido por Nilton Bruno Feitosa Santana, aluno do Departamento de História (primeiro período - Patrimônio Cultural - 2011.1).

A QUEM PERTENCE O PATRIMÔNIO CULTURAL?

Programas que têm como objetivos incentivar a restauração e conservação de acervos culturais com a ajuda de empresas privadas, sob minha ótica, retira a responsabilidade da população.

Quando se diz “adote um bem cultural” se dá a opção de adotá-lo ou não, de ter ou não ter a responsabilidade sobre ele. Não se adota algo que já faz parte de sua história, sua vida. Se a população tivesse pleno conhecimento do significado do que é um Patrimônio Cultural, ela o preservaria.

A conduta de descaso, por parte da população,provém da falta de conhecimento histórico. O que está enraizadona sociedade é que não se faz necessário ter o devido cuidado com algo qual não lhe pertence, da mesma forma como posso mim apropriar de algo do qual eu não faço parte.

O Patrimônio Cultural deve ser ensinado como uma Herança Material Cultural qual foi deixada para todos da população, ricos e pobres, para que todos se tornem herdeiros e, desta forma se apropriem da herança qual foi deixada.

Não se pode transformar o Patrimônio Cultural em algo que deve ser preservado por poucos, pois fatalmente se estaria criando pequenos proprietários de algo que pertence a todos, para que não haja uma sociedade sem patrimônio ou sem “herança material”.


Artigo produzido por Izabel Cristina Monteiro dos Santos Nascimento, aluna do Departamento de História (primeiro período - Patrimônio Cultural - 2011.1).

O Novo e o Antigo: Preservando o Patrimônio

Ao andarmos por nossa cidade nos dias atuais, percebemos que o novo se mistura ao antigo. Ou, acaba sobrepondo-se a ele. Sobrepondo-se de que maneira?

Notamos que ocorre em muitas, o descaso pelas antigas construções, nesse caso, prédios de valor histórico, como os da antiga alfândega, em Aracaju. Ou mesmo, os casarões do pelourinho, em Salvador.

Nota-se que, o descaso da população, que não é conscientizada acerca do valor histórico, ou mesmo do fator de identificação, que aquela construção remete a população. Aproveitando-se desse descaso inconsciente, corretores imobiliários e grandes construtoras, pressionam os administradores municipais e estaduais, para demolir esses prédios, e erguer novas construções. Sem muito se importar com a perda da historicidade, ou mesmo, acabar com algo marcante dessa produção cultural, que se evoca pela materialização, a partir da cal e da pedra.

Felizmente surgem boas iniciativas de governos e empresas privadas, para a preservação desses patrimônios. Na capital mineira, o prefeito Márcio Lacerda lançou um programa chamado “adote um bem cultural”, uma iniciativa visando uma maior preservação desses bens, junto aos empresários. O maior cuidado com o patrimônio no Brasil se dá por meio de parcerias entre o governo e empresas privadas. Pois a legislação vigente, não é totalmente eficaz.


Artigo produzido por Rafael Bedenik Barbero, aluno do Departamento de História (primeiro período - Patrimônio Cultural - 2011.1).