domingo, 29 de janeiro de 2012

Praça Fausto Cardoso – Um espaço de simbologia

Silvânia Nogueira dos Santos (Curso de Licenciatura em História à Distância - Pólo de Estância-SE - CESAD-UFS-2011)

Localizada na Avenida Ivo do Prado, antiga Rua da Aurora a Praça Fausto Cardoso está carregada de simbologia e embelezada por sua arquitetura.
Como disse o jornalista e historiador Luiz Antônio Barreto em entrevista por ocasião do s 154 anos da cidade de Aracaju - "Poucos lugares aracajuanos carregam tanta simbologia, tem tanto a ver com a vida da cidade, quanto a Praça Fausto Cardoso, seguida da própria praça onde está a Catedral: diferentes em suas denominações e em seus usos". A Praça Fausto Cardoso, foi construída dois anos depois de Aracaju ser transformada na capital do estado de Sergipe. Foi nessa praça que os primeiros moradores da primeira capital planejada do país, viu-a crescer e se modernizar, nela foram vistos grandes acontecimentos da vida social e politica dos sergipanos.
A Praça também conhecida como Praça dos três poderes por abrigar em seu entorno os poderes legislativo, executivo e judiciário. Foi cenário da luta pelas diretas já, grito dos excluídos, carnavais, desfiles cívicos, das fanfarras, além de servi também como espaço de referencia para a juventude nos seus primeiros anos de fundação para dar as boas vindas aos calouros das escolas superiores, momentos que reunia muitas pessoas para verem os trotes a esses calouros. Assim, como também serviu de palco para a caravana cultural nos anos 60, festejos natalinos que aconteceram desde 1856, momento em que a praça era enfeitada com grandes arcos e uma bela iluminação, como disse em sua pesquisa a doutora em sociologia Inaê Elias Magno da Silva – A BORDO DA NAU DO TEMPO: UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA DE ARACAJU – ‘ ‘nela há sempre um parque de diversão com roda gigante, balanços, aviões e outros brinquedos’’, que faziam a alegria e diversão de crianças e adultos. Ainda para garanti a diversão na população foi construído em seu entorno o Cine Pálace em 1955.
Esses fatos sociais juntos com a arquitetura, seus monumentos e piso de pedras portuguesas, abriga a estátua de Fausto Cardoso deputado que liderou a revolta contra as oligarquias do estado, no começo do século passado, fato que fez com que a praça deixasse de ser Benjamim Constant passando a chamasse de Praça Fausto Cardoso a fim de homenageá-lo.
No espaço físico da Praça Fausto Cardoso podemos encontrar também as belas arquiteturas dos palácios, estátuas e seus coretos de inspiração eclética que serviram para alegrar as famílias sergipanas com retretas e quermesses.
E por ser palco desses e de outros acontecimentos a Praça Fausto Cardoso ou antiga Praça do Palácio ou ainda Benjamim Constant foi como explicou Murillo Melins em seu blog ‘‘ ... Praça Fausto Cardoso por ser o núcleo do nosso centro histórico, foi onde tudo começou. Palco de grandes eventos políticos e culturais, até o início dos anos 90 era onde acontecia os festejos juninos e o Carnaval. O pesquisador Luíz Antônio Barreto explica que a praça foi o pinhão de ordenamento do quadrado de Pirro, ideia do arquiteto que tomou como modelo um tabuleiro de xadrez para ordenar as ruas do Centro de Aracaju. Na época em que foi construída, a praça, reunia praticamente todos os serviços públicos da Província: o palácio, algumas repartições e a Assembleia Provincial. Ainda hoje a praça abriga importantes instituições, como: o Tribunal de Justiça de Sergipe, a Assembleia Legislativa e Ministério Público Estadual. Dentre os grandes acontecimentos que marcaram a História desta praça temos uma tragédia, a morte de Fausto Cardoso ocorrida há mais de 103 anos no dia 28 de agosto de 1906.’’
Por seus valores, cultural, ambiental por seu encontro com o Rio Sergipe e o monumento da Ponte do Imperador com sua bela arquitetura e valor politico e histórico construída para esperar a visita do imperador a Sergipe, os afetivos relatados neste documento, a Praça Fausto Cardoso constitui hoje parte significativa da memória da cidade de Aracaju, e por esse motivo peço a inclusão da mesma no Livro de Tombo histórico e paisagístico, além de ser a mesma protegida e preservada pelo IPHAN, como prevê a Constituição Brasileira de 1988, nos seguintes artigos:

Art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais incluem:
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
& 1º O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

Art. 30 - Compete aos Municípios:
IX – Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. Sendo assim, o presente texto propõe que a Praça Fausto Cardoso com área de 14.713 m² teve seus traços originais retomados e ganhou piso em concreto estampado vermelho e cinza (2.572m²), pedras portuguesas pretas e brancas (7.584m²), piso tátil (258 m²) e implantação de paisagismo (3.130m² de grama). Também foram plantadas 27 árvores - 10 palmeiras imperiais (retomando a ‘alameda das palmeiras', presente no projeto original da praça) e 17 ipês (uma das árvores-símbolo do país). Além disso, a PMA implantou no local um moderno projeto luminotécnico, para destacar a beleza dos monumentos, e ainda implantou 20 postes em toda a extensão da praça. O investimento total foi de R$ 1,2 milhão, em recursos próprios, segundo documento publicado no www.aracaju.se.gov.br, por ocasião dos 154anos de Aracaju, seja considerado patrimônio cultural artístico e paisagístico de nossa capital .
Portanto, pedimos que a Praça Fausto Cardoso seja inscrita no Livro de Tombo Histórico e Paisagístico, que são salvaguardados no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tornando assim, a Praça Fausto Cardoso um bem cultural, protegido e preservado pelo IPHAN, juntamente com os poderes estaduais e municipais e o apoio da sociedade de nosso estado.

Referencias Bibliográficas

SANTOS, Graziela Nunes de G. A./ Carina Antonieta A. Almeida e Eduardo Santos Nascimento. Leituras Possíveis sobre a Evolução das Praças Fausto Cardoso, Almirante Barroso e Olímpio Campos na Cidade de Aracaju. ’. In: Revista de Aracaju, Ano LXII, 2005, nº11 p. 208–216.
CRUZ, José Vieira da. A Juventude Estudantil em Aracaju: Trilhando seus Primeiros Passos’. In: Revista de Aracaju, Ano LIX, 2002, nº9. p. 66–83.
ANDRADE, Adailton dos Santos. Praça Fausto Cardoso e Suas Memórias: Na
Memória de Murillo Merlins. Disponível em: <
http://fontesdahistoriadesergipe.blogspot.com/2010/02/praca-fausto-cardoso-e-suashistorias.
html/ > Acesso 28/12/11
Entrevista de o professor e historiador Luiz Antônio Barreto. Disponível em:http://www.aracaju.se.gov.br/154anos/index.php?act=leitura&codigo=73 > Acesso 28/12/11
http://br.geocities.com/ Acesso 28/12/11
Fontes Iconográficas:
IMAGEM 01 / 02 - PRAÇA FAUSTO CARDOSO, DECADA DE 1960 ARACAJU – SE. Disponivel em: < http://www.pulsarimagens.com.br> Acesso 08/01/2012
IMAGEM 03 - PRAÇA FAUSTO CARDOSO, DECADA Atual ARACAJU – SE. Disponivel em: < http://www.google.com.br/imgres> Acesso 08/01/2012
IMAGEM 04 - – Praça Fausto Cardoso. Disponivel em: < http://cafehistoria.ning.com> Acesso 08/01/2012

PRAÇA DO CRISTO REDENTOR (ALTO DA CONCEIÇÃO)

  
   
   A Praça do Cristo Redentor fica localizada no Alto da Conceição, bairro Porto D’Areia, periferia da cidade de Estância. Lugar esse, que é considerado por muitos como o berço da cultura estanciana, formado de pessoas humildes, operárias, pescadores, feirantes e fogueteiros.
   É essa localidade, a responsável pela fabricação dos fogos que animam o São João, festa tradicional de nossa cidade, marcada pela presença significativa dos fogueteiros locais. “Quando a batucada Beira-Mar, formada por mais de cem componentes, sai na rua, é uma apoteose. Concentram-se em frente à Praça do Cristo Redentor e sobem a ladeira em direção ao centro da cidade até chegar a Igreja Matriz.”
   Na praça, o Cristo Redentor encontra-se de braços abertos para a cidade e em frente a uma pequena capela e a um Cruzeiro do início do século passado. Do local ainda pode-se desfrutar de um belo mirante, de onde se vê os manguezais, coqueirais, maré e os velhos trapiches, responsáveis pela carga e descarga da produção regional, até meados do século XIX, e local onde segundo alguns moradores, a cidade teria nascido.
   Dada a importância da praça para os cidadãos estancianos, a população resolveu montar um abaixo-assinado direcionado ao Ministério Público, demonstrando a esta instituição a vontade em ter a Praça do Cristo Redentor tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Sergipe. O documento foi direcionado ao Ministério Público porque ele é o representante legal da população nesse processo de tombamento.
   Foi promovida também uma passeata e um movimento em prol do tombamento da praça. Várias discussões foram feitas sobre esse assunto, no intuito de chamar a atenção do poder público para que houvesse a preservação desse local de bastante relevância para a história de Estância.
   No entanto, para que o tombamento ocorresse foi necessário que houvesse a apreciação do Ministério Público que avaliou a Praça em questão, levando em consideração a sua importância histórica para os cidadãos estancianos. Após algumas análises feitas, houve a conclusão de que a Praça seria realmente tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural sergipano.
   Em seguida, houve o registro do nome da Praça no Livro de Tombo Etnográfico e Paisagístico, de acordo com o artigo 4º, do Decreto- Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, pois de acordo com esse decreto existem quatro livros de Tombo: o Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, Histórico e das Belas Artes.
   No caso da Praça do Cristo Redentor, houve o tombamento no livro de Tombo Etnográfico e Paisagístico, por se tratar de algo que faz parte da paisagem da cidade que precisa ser conservada e preservada.

Ricardo Gomes dos Santos (Curso de Licenciaura em História à Distância - Pólo de Estância-SE - CESAD-UFS-2011)